terça-feira, 22 de junho de 2021

Governo comprou vacina indiana Covaxin por preço 1.000% mais alto

Foto: Ilustrativa/Peter Ilicciev/Biomanguinhos

O governo brasileiro comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que a própria empresa havia estimado seis meses antes. É o que mostram documentos do Ministério das Relações Exteriores obtidos pelo Estadão.

A reportagem teve acesso a um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi com data de agosto do ano passado. O conteúdo do documento informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose).

Em dezembro, outro comunicado diplomático dizia que o produto fabricado na Índia “custaria menos do que uma garrafa de água”. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época) - a mais cara das seis vacinas compradas até agora, ressalta a reportagem.

A ordem para a aquisição da vacina partiu pessoalmente do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o Estadão, a negociação durou cerca de três meses. Ao comparar com outras vacinas, é possível notar que o prazo foi bem mais curto. A Pfizer, por exemplo, as tratativas duraram quase onze meses, e o preço oferecido não se alterou (US$ 10 por dose). A matéria destaca ainda que mesmo mais barato que a vacina indiana, o custo do imunizante da Pfizer foi usado como argumento pelo governo para atrasar a contratação, só fechada em março deste ano.

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