Coronel propõe remover nome de presidente da ditadura militar de escola em Itabuna

Foto: Sandra Travassos / ALBA

Presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel (PSD) propôs a troca do nome do Colégio Estadual Presidente Médici, em Itabuna. Segundo o projeto do deputado estadual, a instituição deixará de levar o nome do presidente da ditadura militar para homenagear a professora itabunense, Valdelice Soares Pinheiro. 

A proposta deve ser votada na próxima quinta-feira (27), em sessão especial na Casa Legislativa que votará pautas de deputados e liberará a pauta para a próxima legislatura (lembre aqui). De acordo com o projeto de Coronel, a mudança é uma reivindicação da própria comunidade escolar vinculada ao colégio. O nome da professora foi escolhido após uma consulta realizada com os alunos, servidores, professores e pais. 

O general Emílio Garrastazu Médici foi o 3º presidente da ditadura militar e o 28º presidente do Brasil. Foi na sombra de seu governo que o general Artur da Costa e Silva assinou o Ato Institucional número 5 (AI-5), que ficou marcado na história como o gesto mais extremo a que chegou o autoritarismo no Brasil. O ato permitiu a institucionalização da repressão política durante a ditadura militar. 

Já a professora homenageada que dará nome à escola, caso aprovado o projeto, nasceu em Itabuna em 1929 e faleceu em 1993. Licenciada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ela foi uma das fundadoras da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), onde lecionou Estética e Ontologia. Poetisa e filósofa, publicou dois livros, deixando ainda uma significativa obra inédita, prevista para futura publicação póstuma pela UESC.