quinta-feira, 30 de julho de 2015

VASCO: GLÓRIA, TRADIÇÃO E FRACASSO

Rozilton Ribeiro

 Não falarei especificamente do jogo de ontem contra o Corinthians. Não vou descrever a atuação dos melhores, dos piores, apontar culpados, escolher heróis, nem tampouco fazer cálculos e estudar a tabela. 

Quero apenas falar um pouco sobre a emoção e o sentimento que este esporte chamado futebol desperta em modestos torcedores, como eu. Sou um vascaíno no meio de uma família também vascaína. Tive um parente apaixonado pelo Vasco e, por tê-lo com referência em caráter geral, segui seus passos, ou melhor: escolhi ser um apaixonado pelo Vasco da Gama. Cresci ouvindo jogos em radinhos de pilha, sempre ao lado dele. 

Todo aquele ritual semanal, a expectativa pelos grandes jogos, os gols, as viradas, a festa das torcidas, me fizeram crescer como um intenso admirador do esporte. Portanto, até quando vamos assistir ao Vasco seguir ladeira abaixo? Estamos seguindo, célere e inapelavelmente, para a segunda divisão, terceira na última década. 

Depois das derrotas humilhantes para o São Paulo, Palmeiras e Corinthians não enxergo luz no fim do túnel. Os três resultados são frutos da mesma política desastrosa que impera em São Januário. Um clube sem gestão, sem rumo, sem perspectiva, sem comando. 

Não dá mais para sustentar essa situação de descalabro na administração vascaína, cuja tônica é vender, prematuramente, as promessas produzidas nas categorias de base e comprar de forma atabalhoada jogadores sem expressão técnica e física para defender as cores do clube. A derrota de ontem ainda não nos rebaixou, mas deixou um sentimento ruim de que é preciso realmente se preparar para o pior. 

O momento não é de buscar bodes expiatórios, nada disso importa no momento. Agora, é preciso apenas contratar profissionais que saibam honrar a camisa, e acreditar até onde existir esperança que é possível reverter. Vivemos uma crise permanente, com dívidas astronômicas, salários atrasados e contratos que só trazem prejuízos, mercê da incompetência de técnicos e de uma diretoria sem legitimidade gerencial para continuar e, às vezes, se perpetuar no poder. Vamos virar essa página. 

O Vasco não deve se curvar aos interesses pessoais e personalistas de dirigentes que só têm apego pelo poder. Não podemos permitir o retorno de uma velha geração de cartolas que, com suas bravatas, está afundando novamente o clube. Precisamos de uma gestão moderna e transparente, com pessoas qualificadas e preparadas para o desafio de administrar o clube e tirá-lo dessa situação desastrosa e calamitosa em que se encontra, para voltarmos a ter orgulho de ser torcedor. 

Porque, independente de qualquer coisa, de vitórias ou derrotas, de alegrias ou gozações ou vídeos na internet, uma coisa é certa: a eterna emoção de ver a cruz de malta entrar em campo será sempre a mesma.

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