No próximo Carnaval, a Bahia será cantada por duas escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro. A Portela traz samba-enredo sobre as festas de rua de Salvador, como a Lavagem do Bonfim. E a Imperatriz Leopoldinense homenageia Jorge Amado, por ocasião do centenário do escritor baiano comemorado em agosto de 2012.
Um momento visto por agentes políticos e culturais do Estado como uma oportunidade de diálogos e também de visibilidade turística. “Retomar o tema da Bahia no desfile das escolas de samba vai ser, pelo menos, muito interessante. É o Rio relendo a Bahia e a Bahia ocupando um lugar de centralidade”, destaca o compositor e professor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Costa Lima.
Sobre os temas escolhidos, o estudioso lembra ainda que a imagem da Bahia muitas vezes foi formada por criações cariocas, como a da cantora Carmen Miranda e a de personagens veiculadas em novelas. “Os meios de comunicação do Sudeste sempre tiveram tendência de tratar a gente de forma caricaturada. Ver esse jogo acontecer ao vivo é curioso”.
Apesar do histórico, Costa Lima destaca a importância do momento: “Mesmo que surjam polêmicas, é interessante o tema ser colocado, pois muitos atores vão poder falar. Manifestações como a do Senhor do Bonfim, por exemplo, a gente sabe não se consegue traduzir e entender só pela televisão, então vai ser bom ver como farão”.

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