sábado, 1 de outubro de 2011

Número de presos no país cresce quase três vezes mais que vagas em presídios

Conjunto Penal de Itabuna, construído para 437 detentos, hoje com quase 1000 presos
O investimento de R$ 1 bilhão que o governo Dilma Rousseff vai anunciar nos próximos dias para socorrer os presídios estaduais é visto com otimismo por quem entende do assunto, mas ainda é pouco se o objetivo for acabar com a superlotação do sistema prisional brasileiro. Entre 2005 e 2010, o número de presos cresceu quase três vezes mais que o número de vagas criadas – último ano apurado pelo Ministério da Justiça.
Levantamento exclusivo feito pelo R7 mostra que os Estados criaram 58 mil vagas em presídios nos últimos cinco anos. No mesmo período, 135 mil pessoas foram parar atrás das grades. Hoje, 496.251 pessoas se amontoam para caber nas 298.275 vagas oferecidas pelo sistema. Ou seja, faltam 200 mil vagas nos presídios do país.
Alguns Estados investiram mais do que outros, como Minas Gerais, que criou 10.038 vagas com a ampliação de unidades prisionais que já existiam. Em outros lugares do Brasil, no entanto, pouca coisa foi feita. No Tocantins, só 30 vagas foram criadas entre 2005 e 2011.
O cientista político e pesquisador do assunto na UnB (Universidade de Brasília), Alexandre Rocha, ficou surpreso com o tamanho do investimento federal no setor.
- Só há investimento quando acontece alguma crise no sistema, como rebeliões. É muito interessante que isso esteja ocorrendo sem que nada tenha acontecido. O que indica uma boa mudança.

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