Cara de anjo, jeito de menina ingênua, curso superior incompleto, residente na área nobre de Salvador. Esse perfil se encaixaria em muitas "Patricinhas" como Kamyla Conceição Bonina, 19. Só que nada disso evitou que ela fosse parar na 14ª delegacia (Barra) na tarde de terça-feira (6), acusada por receptação de celular.
A jovem foi detida por policias civis na residência onde mora com o companheiro, Fredson Mota Nascimento (33), na Rua Alameda dos Umbuzeiros, Edifício Times Square, no Caminho das Árvores, com um aparelho celular, modelo EX-128, marca Motorola, produto de furto.
De acordo com a delegada Maria Izabel Garrido, da 14ª DP, no último dia 27 de junho, o proprietário da empresa Sena Telecom, Rogério Alves de Sena, havia prestado queixa pelo desaparecimento de 46 celulares, mesmo modelo de um celular que estava em poder da acusada. Ainda segundo a delegada, Rogério, que mora no mesmo prédio de Kamyla, relatou que haviam 53 aparelhos celulares em sua casa, onde funcionários têm acesso, e nesta terça-feira ao fazer um balanço do material constatou que só restou 46 aparelhos.
Em depoimento à polícia, Kamyla alega que não sabia que os aparelhos eram furtados. Ela conta que há quatro meses, Fredson lhe presenteou com um dos celulares dizendo que adquiriu um para ele e outro para ela. Depois, ele chegou com mais cinco telefones informando que iria revendê-los. Os aparelhos, segundo Kamyla, teriam sido trazido pelo amigo de Josias, que é supervisor do condomínio onde mora, e que conforme seu marido, um motoboy da empresa é quem adquiria os telefones, que segundo ele, eram comprados abaixo do preço pela internet.
A jovem afirma que revendeu uma média de 20 aparelhos no valor de R$ 300 a R$ 400 e que eram pagos de forma parcelada em até três vezes. Um dos comprados foram sua amiga identificada como Vanesca e seu irmão Nildison Conceição Bonina. A este, ela conta que vendeu entre nove a dez aparelhos no valor de R$ 200, cada.
Kamyla foi encaminhada para a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), onde permanece à disposição da Justiça.
Fotos: Gilberto Júnior/Bocão News
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