quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mãe é presa por não pagar pensão alimentícia

A professora Elenízia Borges da Silva está presa na carceragem da Delegacia de Ubaitaba por não pagar a pensão alimentícia das filhas, de 16 e 18 anos, ao ex-marido Ademilton Tibúcio dos Santos, há oito anos. A prisão foi decretada em 4 de julho, mas o oficial só conseguiu localizá- la na última segunda-feira (5), dentro de uma loja, segundo Ademilton.
Ele conta que dívida global da ex-mulher passava dos R$ 20 mil, mas, após quatro acordos, foi reduzida para R$ 14 mil e, depois, para R$ 3 mil. Mas, ainda assim, ela não pagou – o que o obrigou a requerer a prisão. Agora, para ser solta, Elenízia terá de pagar R$ 4.323,78, referente ao acordado mais os juros acumulados até o dia da prisão.
Inédita no sul da Bahia, a decisão da juíza substituta da Vara Cível Andréa Gomes Fernandes causou grande repercussão e provocou a solidariedade de amigos e colegas da professora. Segundo policiais civis, quase 200 pessoas já foram à delegacia, desde as 18 horas de segunda-feira, quando Elenízia foi presa.
O ex-marido da professora diz que, finalmente, houve justiça para uma luta que ele trava desde que ganhou a guarda das filhas: Aloma, hoje com 18 anos, e Gabriela, 16.
O casal se separou em 2002 e, segundo ele, as meninas, à época com 10 e 8 anos, ficaram com a mãe. Pouco mais de um ano depois, ele pediu a guarda, alegando, entre outras coisas, que Elenízia bebia e não tinha como educar as filhas. “Gabriela veio primeiro e chegou doente”, contou.
Agora, ele diz que quer não apenas o valor devido pela ex-mulher, mas tudo que deixou de pagar nesses anos todos. “Quero que ela pague, porque Aloma precisa fazer faculdade e ela tem que contribuir com um futuro decente para as filhas”, destacou.
Ademilton era funcionário contratado da prefeitura municipal e foi afastado. Hoje, sustenta a família com a venda de abará e acarajé. Embora entenda o pai, Gabriela afirma que não concorda com a prisão da mãe, que fez tentativas de pagar parte da pensão, mas ele só aceitava o total. Até irmãos de Ademilton estariam contra a prisão da cunhada, segundo a polícia.

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