segunda-feira, 9 de maio de 2011

Alunos da Baixada Fluminense fazem rodízio para estudar

O Estatuto da Criança e do Adolescente determina que todos os brasileiros têm direito de estudar. Entretanto, a lei não vem sendo cumprida em município da Baixada Fluminense. Por causa da falta de mesas, cadeiras e até de professores, escolas de Belford Roxo foram obrigadas a adotar medidas, como reduzir o turno para duas horas diárias e revezar o dia em que as crianças têm aulas, a fim de manter uma rotina escolar, ainda que precária. E, mesmo assim, há alunos que não conseguem estudar.
Maria José Rodrigues, diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação de Belford Roxo, diz que a falta de cadeiras nas salas é uma velha conhecida dos estudantes.
- No final do ano, eles não repõem [as cadeiras]. Elas vão quebrando e não existe reparo. Há um déficit e o próprio governo sabe disso. Quando entramos em contato com a secretaria, eles dizem que estão providenciando, mas elas nunca chegam e o problema vai se estendendo.
A sindicalista também aponta problemas na Escola Municipal Júlio César, onde a quadra está esburacada e o telhado, caindo. Segundo ela, há escolas em que os alunos têm de dividir a mesa do professor para poder estudar.
Maria José afirma que, além dos problemas de infraestrutura, estudantes de Belford Roxo enfrentam outra situação tão grave quanto: a falta de professores.
- Na Escola Municipal Tenente Valmor, havia rodízio pela manhã: quando uma turma estudava a outra ficava em casa. Em outras [escolas], eles [direção] diziam que estavam em reunião pedagógica durante algumas semanas. Os pais até acreditavam, só que na verdade não existiam cadeiras. O déficit de professores também é muito grande. Faltam 1.610 profissionais.

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