terça-feira, 16 de maio de 2017

'Não me arrependo', diz delegado exonerado após culpar mães por abuso de crianças

Foto: Reprodução / O Globo
Apesar de ter sido exonerado nesta segunda-feira (15), o delegado Miguel Lucena diz não sentir qualquer arrependimento por sugerir que crianças são vítimas de estupro dentro de suas casas porque suas mães fazem "rodízio de padrastos". A declaração foi feita quando Lucena, então diretor de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal (DF), passava informações sobre o caso de uma menina de 11 anos, que havia sido estuprada pelo companheiro da mãe, em um grupo de WhatsApp com jornalistas. 

"As crianças estão pagando muito caro por esse rodízio de padrastos em casa", escreveu em meio ao texto. "As crianças são vítimas da fragilidade das relações que se estabeleceram hoje. Muitas mulheres levam para casa o primeiro homem que encontram no bar. A criança conhece três, quatro padrastos no mesmo ano. Não está correto. 

Não me arrependo. Só falei verdades que ocorrem principalmente nas áreas mais pobres", ressaltou o delegado em entrevista a O Globo. Na conversa de WhatsApp, onde foi duramente criticado, ele defendeu que é preciso "abrir a discussão do ponto de vista moral". Diante da repercussão nacional que o caso ganhou, Lucena se sentiu surpreso por entender o grupo como algo "fechado e informal". Mas foi além com suas convicções ao acrescentar que também não está correto que um homem faça “rodízio de mulheres” na presença dos filhos. 

"O homem não pode levar prostituta para dentro de casa, e a mulher não pode levar o primeiro que conhece. Pode namorar, mas sem colocar os filhos em risco, No meu trabalho de delegado, constatei que mulheres eram coniventes, às vezes só denunciavam quando estavam separadas, com raiva da separação. Quando eram vítimas de violência, perguntava o nome dele e só sabiam o apelido", acrescentou.

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